quarta-feira, 1 de junho de 2011

SENTIMENTO ADORMECIDO

No decorrer das últimas semanas sinto-me confusa, inquieta. Novas experiências trouxeram-me um sentimento que estava adormecido há tempos; o amor. Para alguns pode parecer simples, mas não é. Me relacionei com uma pessoa durante dois anos.  Tal sentimento explodiu que fui precipitada em vários aspectos, como morarmos juntos, algo que não o recomendo. Depois da experiência, me fechei para outras, que talvez pudesse viver novamente. E o passado te trai a cada segundo. Como seria bom se realmente pudessemos desligar de tudo e de todos, como uma máquina que tem um prazo de validade. Tinha de fato  esquecido o que era sentir o coração descompassado, as mãos frias, a troca de olhares. Tal sentimento me pegou de surpresa e não sei como agir, o que fazer. Vivo há 4 anos solta, com minha liberdade individual bem clara, sem ter que dar satisfações a uma segunda, terceira pessoa. Curto minha liberdade, falo o que penso. Vivo no meu quarto com meus livros, cadernos, papéis. Gosto de tomar um vinho, café no balcão da padaria, anotando meus pensamentos que surgem ao decorrer deste encontro entre a solidão e o alcool.
Sinto-me como uma adolescente vivendo seu primeiro amor e tenho medo. As relações humanas são confusas e possessivas. Dou uma chance a mim? A esse amor? Meus neurônios estão em erupção, sem ação.  Lembrei-me de um verso do poeta português Fernando Pessoa que " o amor é uma companhia". Mas até quando isso é real?

domingo, 21 de novembro de 2010

Fim ao Passado

Final de ano sempre é bom para fazer uma reflexão geral do que você durante o ano, deletar o que não deu certo e rever os seus conceitos e atitudes em relação a vida. Esta poeta que vos escreve decidiu por um fim ao seu passado, lembranças que só me faziam voltar ao passado e não caminhar a frente. Assim, uma vez por outra me sentia depressiva, solitária, com esperanças de que o passado pudesse voltar. Mas, tudo não passou de uma decepção. Decidi então deletar meu passado, peguei fotos que me traziam uma certa angústia, melancolia rasguei uma por uma, sem dó nem piedade. Roupas, sapatos que não usava mais já havia um certo tempo e só ocupavam espaço no meu quarto, enchi duas sacolas e fiz uma doação no asilo. Depois que fiz essa limpeza, me senti leve como uma pluma. Uma felicidade tomou conta de mim. E não era um sonho que logo passa, e sim realidade. É fácil pronunciar palavras, versos. Dizer que algo ou alguma pessoa não mexe com você, quando você pensa que "esqueceu" um amor do seu passado, algo que te aconteceu. E de repente, você cruza o caminho com essa pessoa e aquele sentiemnto retorna com total intensidade. Nunca me senti tão idiota por alguns segundos. Foi ótimo tal sentimento, pois nesse exato momento decidi acabar de uma vez por todas. Libertei-me de mim mesmo. Termino com uma frase que diz "A felicidade é algo simples, que o ser humano complica"

sábado, 23 de outubro de 2010

COTIDIANA SOLIDÃO

Depois de uma semana agitada, pauleira, cansativa, chega enfim o tão sonhado final de semana. Na sexta feira, pessoas que trabalham batendo cartão, quando se aproxima o fim de semana já agendam o que irão fazer no período de um fim de uma sexta ao fim de um domingo. Está cada dia mais difícil de se ter reunir pessoas, até amigos por incrível que possa parecer. Explico: Não consigo simplesmente tomar uma cerveja com uma pessoa, sem que tal leve a segunda, terceiras intenções. Cara, até por msn fui convidar um amigo para tomar uma simples cerveja comigo e tal pessoa falou que não podia, que não queria nada comigo. Um absurdo, na minha opinião. Então, prefiro ficar na minha solidão cotidiana, tomando meu vinho, minha cerveja seja em um balcão de uma padaria, ou numa mesa de bar, ou ainda simplesmente no aconchego do meu quarto do que ter que dividir meu espaço com tais pessoas de mentalidade tão pequena. Será que tudo hoje gira em torno de sexo? Não se pode ir para uma mesa de um bar, falar sobre um livro, ter uam conversa agradável? Fico por aqui mesmo...quem sabe um dia, espero que ainda dê tempo para acabar com tal preconceito.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

            Revista Pausa
                                                                                      
                                                                         Marcelo Ariel
       

Entrevista com a poeta Máh Luporini
1- Duas coisas me chamaram a atenção neste seu primeiro livro, a capa que me lembrou a estética dos fanzines, discos de punk rock e cartas anônimas e a sensação de que todos os poemas formam um único poema, é impressionante a organicidade dos poemas do livro, você concorda com isso ou os vê como pedras de toque ou núcleos isolados que não se conectam entre si?

Resposta: Você foi, Ariel a única pessoa que teve a sensibildidade que identificar que, na realidade, o livro "Ausências" começa pela capa. A criação da capa foi feita pelo poeta Dailor Varela, onde ele fala a respeito " Utilizando de um branco mallarmaico e de um grafismo, onde as letras são apenas signos, a capa é um poema visual, uma provocação e inquietação que a autora continua nos poemas no livro, com seus versos extremamente sintético, cercados pelo mesmo branco mallarmaico." Quanto aos poemas, não os vejo como núcleos isolados, todos tem uma ligação, embora um não complete o outro. Cada um tem seu momento, sua história.
       

2- Ao abrir o livro com duas epígrafes, uma de Caetano Veloso e outra de Bob Dylan, você para mim amplia o sentido do título, isso é algo que pode passar despercebido, o título do livro e as epígrafes , o todo me transmitiu um desencanto,a idéia de que houve a tentativa de síntese do desencanto e seus poemas evocam a economia do epigrama, são comoa fotografia de uma emoção que em vários momentos me pareceu uma meditação sobre a impermanência e o desencanto. O que você pensa a respeito disso?

Resposta: É claro que Bob Dylan e Caetano Veloso não estão lá por acaso. Os poemas do meu livro são reflexões filosóficas. Muito antes de Caetano e Dylan, os filosófos gregos já tinham essa mesma reflexão, base de toda filosofia, que passa pelo existencialismo de um Sartre. Você como poeta e livre pensador sabe que a matéria prima da poesia é o olhar as inquietações e traduzi-las em versos. É  uma viagem para dentro, que aliás é o título de uma das canções do Milton Nascimento. Eu estou no começo dessa viagem e não seria cabotina em afirmar que sou uma grande poeta. Estou apenas engatinhando.
       

3- Uma palavra recorrente em muitos poemas é justamente 'palavra', mas os seus poemas escapam por pouco do vício da metalinguagem tão comum em poetas contemporâneos e se aproximam mais de uma percepção da  'ilusão literária', como a chamava o grande e esquecido crítico Eduardo Frieiro, o que significa para você o tal 'dom da palavra', uma maldição como afirma o poeta Dailor varela na apresentação do livro ou o oposto disso?

Resposta: A partir do momento em que eu escrevo e leio muita poesia; as palavras passaram a integrar meu universo cotidiano como o ato de respirar. Imagine você que eu já sonhei com palavras rondando soltas pelo meu quarto. É esta intimidade imaginária com as palavras que me fazem escrever, posso até ser obssessiva nesta intimidade. Sobre o " dom" de lidar com palavras é uma discussão bem polêmica. Creio que todo poeta tenha uma ligação
       com forças cósmicas e que não podem ser explicadas á luz da razão.  
       

4- Fale um pouco sobre o jornal O GRITO e sobre a convivência literária, se é que podemos reduzir a um termo como esse algo tão amplo, com seu pai, o jornalista e escritor Dailor Varela?
       

Resposta: O Jornal O GRITO, de circulação mensal, distribuição dirigida, estamos nessa luta há três anos. A ideia de se fazer um jornal cultural foi um desejo de renir cabeças pensantes. O poeta, escritor são seres desesperadamente solitários. Como diz uma frase do poeta Fernando Pessoa " Ser poeta não é uma ambição minha, é a minha maneira de estar sozinho". O GRITO tem um prazer de ver " a tribo toda reunida" como diz uma canção do Beto Guedes. A convivência com meu pai Dailor Varela é de uma aprendizagem diária. Acrescento aqui que o fato de morar com o escritor, jornalista e meu pai não teve qualquer herança genética. É óbvio que tenho ao minha disposição uma boa biblioteca de poesia e isso é um privilégio para meu trabalho como poeta. Por outro lado, meu pai não tem a "corujice" de me incentivar a ser poeta. Ele é apenas um leitor rigoroso e crítico como qualquer outro. 
       

5- Como você vê a cena literária e a situação do livro, do leitor e do autor nos dias de hoje?


Resposta: Vejo como uma triste realidade. Livro é um objeto " estranho" para a grande maioria das pessoas. Principalmente poesia. Costumo muito frequentar sebos e já teve casos que quando cheguei a perguntar onde se encontrava livro de poesia, a pessoa se assustou. Há um desinteresse geral, por mais absurdo que possa parecer no meio cultural do Vale do Paraíba, SP ninguém conhecia um livro de uma Ana Cristina Cesar, um Roberto Piva, um Maiakovski, um Dylan Thomas e por aí segue. Poucos são os poetas e escritores quem o hábito de ler bons autores. O livro jamais acaba, para mim não tem prazer maior do que você pegar um livro para ler, folhear, tomar nota do que mais te interessa. O que falta é uma pesquisa intensa da parte dos escritores e muita leitura.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

FERIADO

Esta poeta que vos fala está saindo de "férias", descanso merecido. Estou indo para Limeira visitar e matar a saudades dos meus familiares. Não caberia todos aqui. Retorno na quinta feira com todo vapor e energia renovada, assim espero. "Todas as Letras de São José" a caminho, Semana Cassiano Ricardo, Concurso Público, Vestibular, Enem, etc.

A poesia? Essa está sempre em primeiro lugar, minha companhia em todas as horas, momentos. Estou atualmente "devorando" Ciclones, de Piva.Recomendo, não só esse. Quizumba, Paranóia, 20 poemas com Brocoli.

Boa Viagem, para quem vai curtir o feriado prolongado e para quem fica,
 Bom Descanso!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Nostalgia

Solidão no meu quarto na companhia dos livros, cadernos. Sinto-me sufocada, quero respirar, soltar esse grito. Repouso algumas horas, acordo com a sensação de um corpo estranho ao meu lado, utopia apenas. Queria que fosse real. Por algumas horas, talvez. Pensamentos me pertubam, fecho os olhos, me trasnsporto para um mundo ao qual não conheço, tenho asas para voar, ir e vir quando quiser. Hoje vivi nostalgias, lembranças que marcam uma história, um passado e um presente. Revi pela segunda  vez o filme de Camile Claudell, belo, recomendo a quem não conhece. Minha alegria atual são livros, leitura. Acordei trancada em mim, sem saber quem eu sou. Logo passei por um sebo, entrei e ali por alguns instantes me senti feliz. Encontrei meus poetas preferidos, " meus filhos", reeencontrei um livro do poeta Roberto Piva "Ciclones", perdido entre outros poetas. Maiakovski, Pound, Jorge Luis Borges, Fernando Pessoa, Rimbaud e tantos outros.

sábado, 25 de setembro de 2010

Deixando o mundo real

Somos vítimas de tantas injustiças. Ontem, sexta feira tive uma surpresa não agradável. Passei o resto do dia, questionando e questionando o porque deste mundo tão caótico. Vontade de me esconder em um buraco e de lá não mais sair. Ou ainda viver no meio do mato, sem essa loucura do cotidiano. Só ouvindo o canto dos pássaros, o barulho do vento. Dormi cedo, assim esqueço quem sou, de onde eu vim. No sonho, tudo é real.
Nunca amei tanto uma frase do poeta Cazuza" pessoas de alma tão pequena"